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A fé não é a melhor maneira de se aproximar de Deus

Se qualquer pessoa quiser argumentar comigo sobre a possível existência de Deus antes deve estudar para não recorrer a falácias (raciocínios enganosos) que muitos usam para sustentar esta crença.

Eu recomendo a todos os interessados neste assunto – acredite ou não em Deus – que leiam os argumentos na página linkada abaixo.

Esta página está na ATEA – a organização que defende o ateísmo e o agnosticismo, considerando as religiões ilógicas e obsoletas. No entanto, apesar de estar recomendando ler a ATEA, eu não sou um ateu e nem um agnóstico.

Sou interessado na hipótese de Deus e acompanho a discussão de várias pessoas, pró e contra. Posso me considerar assim um “gnóstico” (aquele que se interessa em conhecer Deus”) mas nunca um “crente” (aquele que acredita em Deus como sendo real).

Tomo o máximo cuidado para não basear este meu interesse em conhecer e estudar Deus em uma fé cega e simplória. E nem “querer acreditar” por puro medo e insegurança, aspirando a uma proteção espiritual contra as incertezas do presente ou do futuro (antes ou depois da morte).

Desculpe a terminologia científica que vou usar agora, mas é a única que penso que pode ser usada neste caso: penso que há uma pista de uma hipótese sobre o conceito de Deus na forma como os sistemas complexos se desenvolvem.

A simetria e a ordem que existem, estudada na Teoria do Caos (que na verdade deveria ser chamada de Teoria da Ordem) inspira-nos a entender que o balanceamento de forças do universo de certo modo se contrapõe à tendência de entropia (o fenômeno da morte e destruição de sistemas complexos que podemos observar em todo o universo).

Considero tal pista uma possibilidade de interpretar que todos os sistemas complexos podem ser integrados em um único sistema integrado e coeso. Este sistema, por si só, por suas próprias qualidades, poderia ser chamado de D`eus (o somatório de todos os eus, isto é, o somatório de todas as forças e processos sintrópicos / neguentrópicos – isto é, opostos à entropia.

Mas esta concepção é totalmente oposta ao conceito de um Deus personalizado vendido por todas as religiões, na forma de um ser bondoso, amoroso, protetor, que distorce suas próprias leis naturais para operar um milagre para um determinado fiel ou grupo de fiéis, que são os seus favoritos. Ou que lhes reserva um lugar especial de bençãos ou punições no após-vida.

Penso que, ao contrário, um verdadeiro fiel deve se esforçar em estudar científicamente o universo natural, e sua obrigação como fiel seria usar a ciência para o bem, e nunca pensar em que D´eus subverteria suas leis para agradar quem quer que seja.

Então, para mim, orações “pedindo milagres” não são apenas inúteis – são um contrassenso e um desafio às leis de D´eus. Pedir “intercessão divina” sem estudar a fundo e fazer o máximo para conhecer todas as técnicas e princípios naturais para obter o que se deseja seria um sintoma de um preguiçoso, não de um crente. E, também, o estudo da ciência pura seria a melhor forma de prestarmos honra a este verdadeiro D´eus…

Alguns dizem: “ah, mas você usa a mente para obter e melhorar processos de cura e obter sucesso”. Sim, eu faço. Mas não porque acredito em mágica ou milagres, e sim porque entendo que há leis naturais sintrópicas (isto é, que promovem a melhoria dos sistemas naturais) escondidas nestas práticas.

O corpo tem potenciais enormes de autocura, a mente tem habilidades de aprendizagem e reconstrução de si mesma muito acima do que a cultura atual entende. Estudar tais processos, para mim, é uma verdadeira religião – a única religião que aceito, que respeita que os milagres estão escondidos na ciência da compreensão das leis do corpo, da mente, da sociedade, da comunicação e do universo.

https://www.atea.org.br/argumentos/

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Publicado às 14/09/2015 por em Meditação e marcado .